Este é o primeiro 7 de abril pós infeliz e insensata decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de desobrigar a formação universitária específica para o exercício da profissão de jornalista. Quando a decisão foi tomada para muitos pareceu que o mundo iria acabar, que a profissão realmente iria para o ralo. Felizmente isso não aconteceu e não irá acontecer.
O momento é oportuno para se refletir sobre a importância da atividade jornalística para a sociedade, sobre o seu caráter essencial à democracia e ao exercício da liberdade de expressão. Também é propício para se reforçar a necessidade de formação específica, no nível de graduação universitária, como estratégia de garantia de qualidade e aprimoramento permanente da prática. Formação consistente nos âmbitos teórico, ético e técnico ainda é a melhor forma de contribuir para um jornalismo melhor.
Apesar dos reveses, como a continuidade de situações de censura, como a imposta a O Estado de S. Paulo, é possível ver indicativos positivos e que servem de estímulo ao trabalho. Dentre estes é possível destacar:
1. A reação esmagadoramente contrária da sociedade à decisão do STF, o que permite inclusive o encaminhamento de iniciativas visando reverter tal decisão, como as propostas de emenda à Constituição que tramitam no Congresso, no Senado e na Câmara dos Deputados.
2. Os avanços registrados no âmbito do ensino e da pesquisa em jornalismo no Brasil, que podem ser materializados em situações como o êxito absoluto do Curso de Mestrado em Jornalismo da UFSC, a consolidação de entidades como a SBPJor (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo) e o FNPJ (Fórum Nacional de Professores de Jornalismo) e o amplo espaço ocupado pela área de Jornalismo na Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação).
3. A qualificação crescente dos cursos de jornalismo do país, que felizmente estão respondendo à decisão do STF com iniciativas e propostas de melhoria. Se por um lado uns poucos cursos fecharam ou estão com dificuldades, por outro, na maioria dos cursos que ostentam qualidade o que se observa é uma revitalização, processo que deve ganhar em qualidade nos próximos anos com a publicação de novas diretrizes curriculares para o ensino de jornalismo, caso o MEC mantenha os indicativos apresentados por Comissão de Especialistas da área.
Finalmente, reproduzo duas mensagens que me deixaram muito felizes nesta manhã, postadas no twitter por dois estudantes do último ano do Curso de Jornalismo da Unimep.
O aluno Luan Antunes - @Luan_Antunes - (, que possui um texto primoroso e já está mais do que preparado para exercer a profissão), postou: “Recado ao STF: Parabéns aos verdadeiros jornalistas - Algo que ainda não sou! com muito orgulho! Afinal Gilmar, ainda não tenho #Diplomaaa!”.
A aluna Danielle Moura (@danielleksm), estagiária da Unimep TV, recorreu ao mestre Cláudio Abramo e escreveu: "O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter." (Cláudio Abramo)”.
Feliz Dia do Jornalista.
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